quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Tablet da Samsung é rival de respeito para o iPad
Sempre que a Apple lança um novo e sofisticado aparelho, leva apenas alguns meses para que os clones comecem a surgir. iPod? Zune! iPhone? Android! iPad? Bem, ele foi lançado em março e agora os concorrentes começam a chegar às lojas (nota do editor: o Galaxy Tab está disponível no Brasil por R$ 2.699).
Muitos deles rodam o sistema Android, do Google. É uma escolha esperta. O Android é um sistema maduro, estável, grátis (para os fabricantes de aparelhos) e tem mais de 100 mil aplicativos. Além disso, qualquer pessoa que usa um celular com Android se adapta facilmente ao tablet. Em outras palavras, quem faz um tablet com Android não começa do zero.
O tablet com Android mais esperado é o Samsung Galaxy Tab, um aparelho moderno e robusto, com medidas de 19 cm x 12 cm x 1,2 cm. A tela frontal é multitoque e a lateral e a traseira do aparelho são de material plástico, na cor branca.
A Samsung caprichou nos detalhes do aparelho. A tela é excelente. A resposta aos toques é imediata e confiável. No geral, o tablet é muito rápido e agradável de usar.
Quando foi perguntado sobre a montanha de tablets com Android no mês passado, Steve Jobs, da Apple, desdenhou do tamanho dos aparelhos (a maioria tem tela de 7 polegadas, contra 10 polegadas do iPad).
Bem, claro que 7 polegadas não é muito para quem está acostumado a usar notebooks ou o próprio iPad. Não dá para ver muito de mapas, livros eletrônicos ou páginas web sem rolar a tela.
Mas o Galaxy não passa a impressão de ser um iPad encolhido. Parece mais um grande e espaço smartphone com Android. O Galaxy é muito mais leve do que o iPad (368 gramas contra 680 gramas), o que faz muita diferença quando é necessário segurar o aparelho para ver um filme. E é tão pequeno que cabe em um bolso largo de paletó. Dá até pra colocá-lo dentro de um bolso de calça jeans, embora nesse caso você fique com jeitão de que tem um músculo da perna contundido ou algo assim.
O Galaxy é quase do mesmo tamanho do Kindle mais recente, e funciona bem como leitor de livros graças aos aplicativos do Kindle e da Barnes & Noble (Nota do editor: esse último indisponível no Brasil).
A lista de recursos do aparelho impressiona. Esse é, claro, o clássico debate “Apple contra Google, proprietário contra livre”. A Apple controla o hardware, o software e a loja de aplicativos, então tudo é consistente, de alta qualidade e funciona bem. Já o Google não monitora os aplicativos publicados na loja. Por isso a plataforma é ilimitada, caótica e mais confusa.
Interface flexível
De todo modo, o Galaxy oferece todas as qualidades do Android, incluindo muitos recursos ausentes no iPad. Por exemplo, é possível personalizar as nove telas de aplicativos colocando ícones ou pequenas janelas em qualquer lugar (elas não ficam em uma grade fixa).
Dá para ditar textos (em inglês) em vez de digitar, ou usar o Google e o Google Maps por meio de comando de voz. Também dá para usar o excelente aplicativo de navegação curva-a-curva do Android.
O aparelho tem duas câmeras, uma frontal e uma traseira. Há recursos como flash, gravação de vídeo, controles de exposição e efeitos especiais para imagem. Segura essa, iPad!
É meio esquisito segurar essa prancheta enorme pra tirar uma foto. Mas também é agradável: quando você já teve uma câmera com visor de 7 polegadas? É praticamente um porta-retratos digital que tira fotos (o Galaxy tem 16 GB de memória e um slot SD para expansão).
Internet
O navegador web oferece o conhecido gesto de pinça para aumentar e diminuir o tamanho da página. Como o Galaxy roda o Android 2.2, ele pode tocar vídeos em Flash (touché, iPad!). Ou pelo menos deveria. Com algum atraso consegui ver alguns trailers de filmes e vídeos na Cnet. Mas no site da ESPN os vídeos simplesmente não foram exibidos (um representante da Samsung diz que os vídeos funcionaram bem para ele).
O e-mail funciona bem na tela de 7 polegadas. Mas, como é rotina no Android, há um aplicativo para contas do Gmail e outro para os demais serviços de e-mail. Não faz sentido em um smartphone com Android, e não faz sentido aqui.
Pontos negativos
Já listei as diversas qualidades do Galaxy, mas o aparelho também tem seus problemas. Quando se visita sites como nytimes.com, cnbc.com e amazon.com, o navegador mostra as versões móveis e limitadas. De acordo com a Samsung, não há como desabilitar esse recurso para ver as versões completas dos sites. Dá pra deletar o “m” na barra de endereços do browser, mas não adianta. Ele volta em seguida.
Além disso, é meio estranho não poder recarregar o Galaxy a partir de uma porta USB. O aparelho exige uma tomada convencional.
Outro problema: a maioria dos 100 mil aplicativos da loja do Android foi projetada para trabalhar em telas de smartphones, e não em tablets. O Galaxy lida com isso de duas formas: ou expande o tamanho (reduzindo a resolução) ou deixa os programas no tamanho original, no centro da tela com uma borda preta em volta.
Esse problema, claro, é familiar pra quem comprou um iPad logo no lançamento: os programas de iPhone rodavam no iPad, mas não aproveitavam o espaço da tela. Mas a Apple estimulou os programadores a desenvolver aplicativos específicos para iPad e criou ferramentas de programação específicas para o aparelho.
O Google ainda não fez isso. Por isso, pode levar um tempo até que aplicativos para telas de 7 polegadas surjam em grande quantidade.
Preço é alto
Mas o maior problema do Galaxy pode ser o preço. Nos Estados Unidos, ele custa US$ 600. Aqui esse valor dá pra comprar dois netbooks, ou quatro Kindles, ou um iPad de 16 GB com tela maior, corpo de alumínio e bateria de maior duração (10 horas, contra cerca de 6 horas do Galaxy). (Nota do editor: no Brasil o Galaxy está disponível por R$ 2.699)
Então, sim, a era dos clones do iPad chegou. Mas o conceito de tablets com Android representa mais do que apenas um esforço tímido para ocupar uma fatia do mercado de tablets.
Como ocorre com celulares com Android, é uma alternativa com diferenças suficientes para justificar sua existência. Ela vem com atrativos como uma abordagem diferenciada para o tamanho da tela, recursos como câmeras e navegação por GPS e uma loja de aplicativos mais tolerante.
Com o Samsung Galaxy Tab a empresa também oferece rapidez e um hardware bastante refinado. O ruim é ter que gastar US$ 600 para ter tudo isso.
Excelente matéria do site IG Tecnologia
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