O fim de semana foi agitado na internet. Do Twitter ao próprio Facebook, passando por sites e blogs para lá de respeitáveis, o boato espalhou como rastilho de pólvora: o Facebook iria acabar. O motivo? Exausto, Mark Zuckerberg teria perdido o controle. Estaríamos diante de mais um caso exemplar da criatura dominando seu criador.
Em poucas horas, a expressão “is Facebook shutting down” aparecia entre os termos mais buscados do sábado, 8 de janeiro, no relatório do Google Trends.
A origem da notícia foi um site de humor, o Weekly World News, sem qualquer credibilidade. Mas o fato é que a brincadeira, escancarada, feita às claras, sem disfarces, ganhou ares de verdade incontestável. Como? Acho que nesse caso importa menos do que nos perguntarmos porquê.
Nos últimos dois meses o Facebook e seu fundador têm estado em evidência. Por diversos motivos. Zuck, por traços de personalidade capazes de transformá-lo em protagonista de filme candidato ao Globo de Ouro e personalidade do ano, capa da Time. O Facebook, pela propriedade de 600 milhões de cadastros de usuários capazes de atiçar a cobiça de grandes investidores como o Goldman Sachs Group Inc.
No início de janeiro o valor de mercado do Facebook chegou a US$ 50 bilhões. Em meados de 2009, a empresa era avaliada em US$ 10 bilhões. E o Facebook passou a apontado como o melhor exemplo para a atual tendência no Vale do Silício, onde “o incentivo para abrir o capital diminuiu e as desvantagens de abrir o capital aumentaram”.
Muitos diretores-presidentes de empresas de internet, como Mark Zuckerberg, do Facebook, já declararam não ter pressa de abrir o capital. Mas o período cada vez mais longo em que muitas dessas empresas optam por manter o capital fechado gera novas questões. Muitas delas preocupam as autoridades monetárias americanas. Em especial, a quantidade de sócios de empresas como o Facebook que justifiquem a falta de transparências sobre sua saúde financeira e transações comerciais.
Os custos fixos do Facebook crescem a olhos vistos. A empresa tem expandindo fortemente suas contratações e chegou a 1.700 funcionários em novembro, ante 1.000 um ano antes. Os executivos do Facebook também já disseram que a empresa planeja comprar mais de dez outras firmas este ano.
Os números do Facebook são realmente impressionantes (veja o gráfico)
Toda essa movimentação tem levado muitas analistas a se perguntar se o Facebook já não teria chegado ao apogeu. E se em algum lugar no ciberespaço já não esteja em gestão um sucessor, capaz de abocanhar boa parte de seus milhões de usuários, a exemplo do que ele próprio, Facebook, fez com o MySpace.
Entre esses analistas está Douglas Rushkoff, autor dos livros “Life Inc: How Corporatism Conquered the World and How We Can Take it Back” , and “Program or Be Programmed: Ten Commands for a Digital Age”. Ele questiona até que ponto e por quanto tempo o Facebook manterá a ilusão de ser uma rede diferente, invencível e grande demais para falir.
Na opinião de Rushkoff, os atuais sinais de fartura do Facebook não são típicos de uma empresa que está ganhando, mas de uma empresa que já está se retirando….
A ver.
Fonte: IDG
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